Rosalina de Brito nasceu, no Espírito Santo e veio para o Rio de Janeiro ainda pequena indo morar em Inhaúma. Foi removida para a Cidade de Deus no final dos anos 60, ela também foi transportada com sua família num caminhão de lixo.
“ Vim para cá em 1966, morava no morro do Engenho da Rainha. Fomos removidos logo na primeira enchente que arrasou com o Rio de Janeiro, estávamos morando em escola pública, minha casa caiu, fomos jogados aqui na CDD misturados com outras favelas, era só confusão, brigas ,mortes constantes. A CDD estava em construção, por isso não tinha infra estrutura.”
Por ser uma das sobreviventes das enchentes, das balas perdidas e das drogas sobrevivi as drogas, fui dependente química …”
Sobrevivente do poço das drogas e resiliente nos percalços da vida é uma guerreira das artes!
É colaboradora do Jornal CDD VIVE desde a sua fundação em 2010. De lá pra cá tem cada dia mais aprimorando os seus múltiplos talentos.
No Jornal Rosalina, ou Rosa como é mais conhecida , além de entrevistar, escrever suas matérias contribui com a beleza de suas charges, ela é além de chargista, grafiteira, desenhista, ilustradora de livros e desenhista, Rosa também é poeta e tem feito parte desde o início do grupo Poesia de esquina. Já foi modelo, é atriz, escultora, e consegue conciliar o seu talento com as diversas atribuições de ser mulher, mãe de três filhas, avó de 10 netos e tem ainda 2 bisnetos.
Aprendeu a ler e a escrever durante a adolescência, se casou antes dos 18 anos e somente depois que se separou já mãe, Rosa decide estudar, porém estava sendo muito difícil conciliar o seu desejo de estudar com as atribuições de ser mãe, então colocou um cartaz do lado de fora de sua casa pedindo a doação de livros. E ela disse que “choveu livros na sua casa”, aí foi se debruçar, lê-los e cada vez mais alimentar o desejo de estudar e progredir.Conseguiu realizar o seu sonho mais tarde.
A sua grande escola também seria a das artes e da vida, aos poucos foi fazendo cursos, descobrindo formas de se expressar, adquirindo técnica e suas obras adquirindo uma identidade própria, a artista completa se fortalecendo. É uma grande artista plástica com quadros no exterior.
O talento para a Comunicação Comunitária é nato e pode ser notado em suas entrevistas, feitas antes de Rosalina ter feito o curso de Comunicadora Comunitária. Ela já o era naturalmente. Com o curso organizado pela Núcleo de Solidariedade da Soltec/UFRJ Rosalina de Brito além de aprimorar o seu olhar para as matérias pode desenvolver outro lado do seu talento, o falar por imagens. Iniciou com fotografias, as fotos das primeiras matérias eram quase todas feitas por ela, a seguir veio a novidade, descobrimos o talento da Rosalina para o desenho e começaram as Charges ilustrando nossos pensamentos e falas.